quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A formação dada pela mídia

Risos, gargalhadas e uma bunda estampada na tela do cinema durante mais de uma hora. Existe coisa mais engraçada?

Certamente não, pra quem se recusa até mesmo a assistir filmes legendados para não terem que ler e perder o raciocínio da imagem assimilada.

A bunda ainda não é a nossa realidade, mas o caminho percorrido tem levado a humanidade a esse triste destino não talvez em 5oo anos como no filme idiocracy do diretor Mike Judge, mas em muito menos tempo. Afinal, sabemos tudo o que estamos ingerindo? Sabemos o que realmente contém na formula da deliciosa Coca cola ou os grãos transgênicos da bolacha Bauducco? Alias, o que é mesmo transgênico?

Esse tipo de discussão que não interessa a quase ninguém tem elevado a humanidade a um alto nível de “idiotice” e alienação, porque o que importa mesmo é que. Se passa na TV é bom, é gostoso porque o gala da novela come sorrindo, é bonito porque a atriz/modelo usa e mesmo estando um frio congelante a mocinha usa para parecer igual a ela.

Raciocinar virou coisa do passado, coisa pra “nerd” ou “CDF”, querem mesmo é ser “top”, é ser “pop” e é sendo assim que a sociedade vem cada vez mais se idiotizando, deixando serem levados pela influencia da mídia, no entanto se assim continuar há de chegar o dia em que a própria mídia será composta pelos mesmos que ela ajudou a formar e ai sim passaremos a assistir bundas durante horas na tela da TV e acharemos a maior graça como no filme do Mike Judge.

Agora, a respeito desse filme, o aspirante a idiota pode muito bem assisti-lo e dar grandes gargalhadas como se realmente estivesse assistindo a bunda, mas se pararem pra raciocinar um pouco sobre o tal, estará elevando gradualmente seu Q.I. e tirando o devido aproveito e sentido de Idiocracy salvando a humanidade desta tragédia.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Sucesso, custe o que custar

Na busca pelo sucesso vale até se entregar a mediocridade, mas o problema maior esta em se entregar completamente ao trabalho, abdicando-se do lazer, da família e até da própria vida.

Se o trabalho dignifica o homem, em excesso corrói, não só a saúde, mas o caráter. O trabalho moderno embora esteja sendo racionado, ele busca indivíduos multifuncionais onde eles se tornam “pau pra toda obra”, e o pior, ele se transforma sem nenhuma garantia de estabilidade. É o fim do “longo prazo” como diz Sannett¹.

A garantia de se estabelecer e fazer um plano de carreira esta ultrapassado e a mobilidade toma conta da vez. Mesmo assim o individuo não pode se dedicar menos ou mostrar menor interesse, porque ele se torna concorrente do seu vizinho de repartição, onde, o que se mostrar mais eficiente tem 50% a mais de chances de se estabelecer por mais algum tempo no emprego.

Quanto à família, ele vem se tornando um estranho a ela e o caráter tradicional se rompe criando novos modelos de familiares que não mantém mais laços afetivos, mais econômicos, como na empresa, trocando, por exemplo, a afetividade por um moderno aparelho da nova tecnologia. A noção de comunidade se torna totalmente virtual e a velha política da boa vizinhança é estranho a quem se dedica tão pouco a família, quem dirá aos vizinhos.

E o mais interessante é que isso não constrói um individuo mais seguro e confiante, ao contrario, ele desconfia o tempo todo, de todos, e sofre de um certo pânico da incerteza, porque voltar a estaca zero é pior do que a corrosão de seu caráter é vergonha e incapacidade diante dos olhos dos outros.