quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Sucesso, custe o que custar

Na busca pelo sucesso vale até se entregar a mediocridade, mas o problema maior esta em se entregar completamente ao trabalho, abdicando-se do lazer, da família e até da própria vida.

Se o trabalho dignifica o homem, em excesso corrói, não só a saúde, mas o caráter. O trabalho moderno embora esteja sendo racionado, ele busca indivíduos multifuncionais onde eles se tornam “pau pra toda obra”, e o pior, ele se transforma sem nenhuma garantia de estabilidade. É o fim do “longo prazo” como diz Sannett¹.

A garantia de se estabelecer e fazer um plano de carreira esta ultrapassado e a mobilidade toma conta da vez. Mesmo assim o individuo não pode se dedicar menos ou mostrar menor interesse, porque ele se torna concorrente do seu vizinho de repartição, onde, o que se mostrar mais eficiente tem 50% a mais de chances de se estabelecer por mais algum tempo no emprego.

Quanto à família, ele vem se tornando um estranho a ela e o caráter tradicional se rompe criando novos modelos de familiares que não mantém mais laços afetivos, mais econômicos, como na empresa, trocando, por exemplo, a afetividade por um moderno aparelho da nova tecnologia. A noção de comunidade se torna totalmente virtual e a velha política da boa vizinhança é estranho a quem se dedica tão pouco a família, quem dirá aos vizinhos.

E o mais interessante é que isso não constrói um individuo mais seguro e confiante, ao contrario, ele desconfia o tempo todo, de todos, e sofre de um certo pânico da incerteza, porque voltar a estaca zero é pior do que a corrosão de seu caráter é vergonha e incapacidade diante dos olhos dos outros.

Um comentário:

Agnaldo disse...

É isso aí pessoal...Hoje vivemos numa ditadura de busca do sucesso a qualquer preço. E, para isso, colocamos abaixo qualquer barreira que identifique a fronteira entre a vida cotidiana e o trabalho.

Gostei de ver...belo trabalho !

Prof. Agnaldo